Perigosa liderança - jul 2013

Hoje, 27 de julho, comemora-se o Dia do Motociclista. Antes de uma efeméride, a data serve para pensarmos sobre o assunto do ponto de vista das grandes cidades, que precisam dos serviços de mototaxistas, motoboys, motofretistas etc, mas ao mesmo tempo assistem à guerra carros versus motos, sem nenhum vencedor. Quem parece estar ganhando uma disputa nada saudável são os motociclistas. É inédito o fato de o número de pessoas que morrem em acidentes com moto, proporcionalmente, superar o de acidentados com outros veículos. Estudo do Ministério da Saúde apontou que, em dois anos, houve um aumento de 21% no número de pessoas que morreram em acidentes com moto, chegando a 10.825 casos, o que representa uma taxa de mortalidade de 5,7 para cada 100 mil, superando o de outros veículos que é de 5,4.

Outro índice, da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado no início do ano, aumenta o temor pela vida dos condutores dos veículos de duas rodas. Segundo a informação, houve um aumento de 76% no gasto com internações decorrentes de acidentes envolvendo motos, valor que chegou a R$ 27 milhões. E aí, entra a nossa região de Presidente Prudente, que está na vice-liderança do crescimento, com aumento de 430% no número de internações. Passou de 109 para 577. Só perde para a região de Araçatuba que cresceu 442%, porém com número menor de acidentes, 439.

Isso me leva, como homem público e representante da região, a fazer algo. Vou enviar pedidos a autoridades responsáveis e à presidente da República cobrando mais investimentos do governo federal em ações educativas no trânsito, maior fiscalização e rigor nas multas, visando reduzir o número de acidentes com motos. Os motociclistas precisam estar melhor preparados. Foi noticiado pela imprensa, recentemente, que, encontro no Rio de Janeiro revelou que a maior parte dos acidentes com moto acontece por falta de atenção do motociclista, impaciência no trânsito, falta de capacitação, enfim, todos por conta e risco dos próprios ‘pilotos’, que não são vilões nem mocinhos, precisam de um pouco mais de orientação e consciência.

Além do aspecto econômico — no ano passado o SUS teve de gastar R$ 96 milhões para atender vítimas de acidentes com moto — existe o lado perverso que são as vítimas, cujo índice disparou de 39 mil para 77 mil no País.

De todos os lados temos a confirmação de que a situação não é boa. A companhia que administra o Dpvat (seguro que indeniza vítimas de acidentes de trânsito causados por veículos motorizados) divulgou que o pagamento de indenizações em 2012 foi de R$ 2,34 bilhões. Apesar de as motos representarem somente 27% da frota de veículos, acidentes com motos representam 69% das indenizações. Em 72% dos casos o indenizado é o próprio motociclista.

Sinal amarelo para esse meio de transporte que, como eu disse, é muito importante para a locomoção das pessoas, para entrega rápida de documentos, lazer, enfim, é uma alternativa ao trânsito caótico das metrópoles. Mas uma coisa tem que estar acima de qualquer necessidade da vida moderna: a vida de pedestres e dos próprios motociclistas.