Cada momento histórico impõe aos partidos políticos a redefinição de suas prioridades e a definição de novas — e, no caso do PSDB — urgentes tarefas. A dimensão da prática política dos partidos exige militância permanente, visão consistente da realidade e repertório de ideais e propostas para a mudança e aperfeiçoamento da sociedade.
Neste momento das convenções partidárias, este é o debate do PSDB, que procura trilhar os caminhos da oposição, recompor a unidade e traçar estratégias para sua inserção ativa em todos os segmentos da sociedade brasileira. O partido está enfrentando a árdua tarefa de construir representação e alianças em muitas regiões do país e, mais que tudo, de consolidar-se nos setores populares das grandes cidades brasileiras.
O cenário paulista é mais promissor, mas a quarta grande vitória para o Governo do Estado não nos deixa confortáveis para enfrentar o futuro. Os desafios não serão menores do que as tarefas no plano nacional.
Ação política conseqüente exige mais do que a observação atenta de nossa realidade. Para uma atuação lúcida e eficaz urge um permanente esforço de reflexão. Passou a ser essencial sair do ritual do discurso e das promessas para a discussão dos verdadeiros desafios do país. A visão de como construir nosso futuro passa a ser requisito essencial da ação política em nossos dias. Esse esforço de lucidez e pragmatismo implica, mais do que tudo, no diálogo permanente com a sociedade e com as mais variadas correntes de pensamento e de ação. É a essência da vida democrática que queremos construir.
A reformulação da organização partidária passa a ser tarefa prioritária e urgente. A campanha em São Paulo deixou lições importantes. As reuniões coordenadas por lideranças regionais, com voto e militância nos municípios e nas regiões do Estado, revestiam-se de grande sucesso. Quando, na Grande São Paulo, deputados e vereadores assumiam a mobilização o sucesso surgia. Quando as reuniões ficavam a cargo da militância dos diretórios, eram imensas as dificuldades de mobilização. As candidaturas não contaram com uma base de organização partidária consistente.
A organização do PSDB tem que ser revista em seus fundamentos. Não é uma tarefa fácil, mas as lideranças políticas, regra geral, têm dado pouca atenção e importância à organização partidária. Porque não anteciparmos o futuro e tomarmos a iniciativa de fortalecimento do partido?
São inúmeras as tarefas que temos pela frente.
Os militantes que têm mandato devem assumir primordialmente as funções de comando do partido. São eles que podem fortalecer as filiações e darem vida ativa aos diretórios municipais. São eles que podem orientar as ações do diretório estadual e participar ativamente da direção nacional do partido.
Um programa extenso de divulgação das propostas elaboradas pelo partido ou por militantes tem que ser posto em ação. Um intenso trabalho de formação de militantes é essencial para a construção da organização partidária. O militante tucano tem de acompanhar de perto as políticas postas em ação em nosso Estado. Mais que isso, o militante tem que compreender com clareza os impasses e as alternativas que se abrem no plano nacional e internacional.
Tarefa mais árdua será aproximar o partido e os militantes das organizações sociais, das organizações sindicais e dos movimentos populares que se multiplicam. A representação dos interesses da sociedade tem que ser preocupação do partido e a gestão dos interesses dela é um dos motores da ação política. A visão do futuro e a elaboração de propostas e projetos têm que estar associadas à defesa dos interesses da sociedade. Ideário consistente e pragmatismo sofisticado devem ser componentes essenciais da prática política do PSDB.
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